Quando sua raiva se esgota, você olha ao redor e chora, enquanto acaricia os pedaços das coisas que você e seu marido compraram com tanto carinho, ao longo dos anos em que viveram juntos. A dor é nítida, mas você estranhamente se sente revigorada. Sabe que não era possível continuar vivendo daquele jeito, sabe que tudo está mudado, sabe que sua postura deve ser outra. Logo, a vontade de chorar também cessa. Você respira fundo e vai até a cozinha. Toma um copo dágua, olha o horizonte pela grande janela envidraçada da área de serviço. E pensa consigo mesma: “preciso tomar um belo de um banho”. E você o faz. Toma um banho como quem lava a alma. E ainda no banho faz planos para o futuro, planos que não incluem seu marido e nem sua ex-melhor amiga de infância.

FIM

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